quinta-feira, 13 de setembro de 2012

(In)sensibilidade à dor


Já quando o meu filho Francisco foi internado aos oito meses com uma otite que demorou 4 meses a passar, os médicos ficaram espantados com a pouca sensibilidade à dor que ele demonstrava. Aliás, ele nunca chorou com dores no ouvido, só se descobriam as otites quando rebentavam. E a partir daí comecei a reparar que de facto ele não é de chorar quando cai, quando supostamente se aleija. E, talvez por isso, volta e meia, meia volta, levanta a mão e o pé e toca de bater às irmãs, aos amigos, só porque sim, só porque quer alguma coisa que os outros têm. Mas quando o faz e se prestarmos atenção, percebemos que ele bate e magoa, mas sem dar por isso. Já passou pelo pai e deu-lhe uma palmada nas costas com toda a força, que o magoou, mas seguiu caminho, sem sequer olhar para trás. Faz porque lhe passa pela cabeça e nem percebe que magoa e isso é mesmo mau. É complicado. Detesto saber que magoou alguém na escola. Mas hoje, fiquei contente com esta insensibilidade à dor. Fomos às vacinas e rico Franscisquinho nem pestanejou. Normalmente aos 3 anos é aquela altura em que já se sabe o que vai acontecer e não se percebe que tem que ser e resulta numa berraria desgraçada. Mas ele hoje, entrou mudo, saiu calado e de sorriso no rosto. Valha-nos isso! Que cansada de chorou e gritos à frente de enfermeiras estou eu!

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